O que é Indie?

A palavra que define essa cultura vem do termo "independente", surgido nos anos 50 nos Estados Unidos, após a criação dos primeiros selos musicais livres das grandes gravadoras. Agora abreviado, ele se refere a um estilo de vida que engloba música, moda, comportamento, mito e lugar.

Apesar de que muitas dessas bandas dado certo tempo se rendem as garras das gravadoras, a maioria, para nossa felicidade, não mudam sua identidade e continuam habitando o vão do alternativo. Sim, o indie esta fortemente associado ao alternativo, visto que as bandas dos anos 80 como The Smiths por exemplo influenciaram e muito os movimentos alternativos da época.

Nos EUA, influenciado pelo hardcore e punk, o termo indie foi associado à bandas com som forte e distorcido, como Sonic Youth, por exemplo. Nos anos 90, com a explosão do grunge como Nirvana, o alternativo tornou-se mais acessível conhecido e comercializável. Foi então que houve a separação dos termos; o rock alternativo pode ser mais bem comercializado, enquanto o indie permanece na cena underground.

Enquanto algumas tribos buscam um ideal de contestação se propagando na mídia, chocando a sociedade e querendo mudar seus costumes, os indies são reservados e não querem dividir suas idéias com o mundo, defendendo o conceito de que terum gosto apurado é mais importante que uma boa postura. Eles acreditam que boa música só pode ser feita por conjuntos livres, sem influencia de gravadoras, é isso que os motiva a busca por novidades que acabam indo além das mesmices culturais.

Hoje, estes conjuntos utilizam a internet como principal meio de troca de informações. O site MySpace é considerado o Orkut do movimento e grande instrumento de divulgação, pois além de ser uma página pessoal, com espaço para fotos e preferências, traz também um lugar para as gravações caseiras de amadores e profissionais do mundo inteiro.

Antes da virtualização, um dos marcos da história na transição do underground à fama aconteceu com o Nirvana (foto), até então uma banda de garagem de Seattle, que depois se transformou em um dos maiores fenômenos do rock dos anos 90 e ícone do movimento grunge.

Dos anos 70 até hoje, diversos grupos apareceram, como os escoceses do Franz Ferdinand, os norte-americanos do The Killers e The Strokes, os ingleses do Gang of Four e até os brasileiros do Cansei de Ser Sexy, que vendem discos, fazem turnês internacionais e são cada vez mais reconhecidos pelo público geral.

Este último ilustra bem a demanda nacional contemporânea: hoje, os indies procuram aquilo que foge da limitação do simples rock e encontram extravagâncias sonoras que rendem surpresas para diferentes ouvidos.

Aí entra um movimento de contradição dos indies, mesmo essas bandas sendo populares elas ainda são influencia dessa tribo. Analisando essas contradições chega-se a conclusão que o que os indies realmente procuram é aquilo que vai além do simples rock que todos conhecem, procuram coisas diferentes que não se limitem só a som, mas que formem um conceito de banda. Existem DJs e produtores de música eletrônica que fazem questão de serem "estranhos" para a maioria da sociedade.

É o caso do Aphex Twin (foto), conhecido por sonoridades assustadoras, aplicadas em um techno conceitual. Também a dupla Matmos, que faz discotecagem e grava discos tocando em gaiolas, caixas de areia e maços de baralho.

A tendência da fusão roqueira com o mundo das pick-ups revela constantemente figuras vanguardistas, que acabam gerando um movimento grande e interessante, enche eventos paralelos e conquista uma platéia preparada para ser surpreendida, seja ela assumidamente indie ou não.

Os Indies têm ciúme das bandas que pouca gente conhece. Têm o gostinho de saber de alguma coisa que ninguém ouviu. A galera indie é muito assim: se faz sucesso, deixa de gostar.

Como não poderia faltar em qualquer nova tribo urbana, sempre tem os POSERs. Não se vira indie do dia para a noite. O indie tem história. Indie modinha só gosta de Placebo, Franz Ferdinand e Strokes. Isso é meio “queima flime”. Quando banda Indie fica famosa, cai na graça do povo e logo é rotulada como Emo.

Indie que é indie conhece as histórias das bandas. Assiste a filmes alternativos americanos, como "Pulp Fiction" e "Party Monster", e europeus, como os de Almodóvar ou os de Michelangelo Antonioni; não gostam de sucessos de bilheteria hollywoodianos.

Os indies são blasés e introspectivos. Para ficar amigo deles tem de conversar sobre coisas como filmes cult e bandas de rock desconhecidas. Diferente dos Emos que só vão para o lado da diversãozinha, querem ver o showzinho, ver pessoas, fazer social... Indie é cult, vê filmes alternativos.